Sobre um anseio do qual não há como se livrar

sábado, 4 de junho de 2011

Sobre um anseio do qual não há como se livrar


“Se eu tivesse insistido em tocar em frente, só ia conseguir me torturar ainda mais. A coisa mais inteligente que eu fiz foi não ir à festa. Porque eu estava cedendo, cedendo sem me dar conta do que eu estava fazendo. O anseio jamais passava, nem mesmo no tempo em que ela era minha. A emoção básica, como já disse, era o anseio. Continua sendo anseio. Não há como me livrar desse anseio, da sensação de que estou sempre um suplicante. É isso: eu sinto anseio quando estou com ela, e também quando estou sem ela.”

(Philip Roth in: O animal agonizante. Ed. Companhia das Letras, p. 81)

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