outubro 2020

terça-feira, 6 de outubro de 2020

'Sobre o desafio "31 DIAS DE TERROR": Dias 2 e 3 - Frankenstein (1931) e A noiva de Frankenstein (1935)


SEMANA 1: MONSTROS CLÁSSICOS

Os filmes de monstros praticamente inauguraram o gênero de terror no cinema mainstream. Entre as décadas de 1920 e 1950 a Universal Pictures investiu pesado neste tipo de filme, levando às telonas monstros já conhecidos da literatura, como o vampiro Drácula, Frankenstein, Dr. Jekyll & Mr. Hyde e o Homem Invisível, por exemplo. 

Atores como Boris Karloff e Bela Lugosi se imortalizaram em seus papéis horripilantes. A fórmula fez tanto sucesso que o estúdio investiu até em crossovers destes monstros, que chegaram a dividir tela em algumas produções.

Agenda de filmes: 

01/10 – Drácula de Bram Stoker (1992)

02/10 – Frankenstein (1931)

03/10 – A Noiva de Frankenstein (1935)

04/10 – A Noite dos Mortos-Vivos (1968)

05/10 – O que fazemos nas sombras (2014)

06/10 – Um Lobisomem Americano em Londres (1981)

07/10 – O Homem Invisível (2020)

 

Eu gostei muito de rever esta sequência. Estranhamente, tinha a impressão de que o Frankenstein dos livros não era tão monstruoso como nos filmes, havendo nele uma réstia de humanidade expressa no vínculo com seu criador, que na minha percepção praticamente inexiste no decorrer destas obras (apesar de ficar evidente em uma das últimas cenas de "A Noiva de Frankenstein" quando poupa a vida de Dr. Henry.
No mais, esses clássicos em P&B me dão um calorzinho no coração!


Eis aqui algumas curiosidades sobre filmes:

Dois clássicos do cinema de horror, Frankenstein (1931) e A Noiva de Frankenstein (1935), estrelados por Boris Karloff, merecem ser revisitados em qualquer época.


Foi há 200 anos que Frankenstein viu a luz do dia. A ideia do romance surgiu em uma noite chuvosa de verão na Suíça, onde Mary Shelley passava férias ao lado de dois poetas ingleses: Percy Bysshe Shelley, seu futuro marido, e o célebre Lord Byron, locatário da residência onde o casal estava hospedado. Como os três estavam presos em casa em função da tempestade, Lord Byron sugeriu um passatempo. O poeta, ícone do romantismo, desafiou cada um dos presentes a escrever uma história de fantasmas (e não poderia haver atmosfera mais adequada à temática!).

Em um primeiro momento, Mary Shelley relutou em aceitar o desafio. Alguns dias depois, entretanto, a escritora teve a visão de um jovem estudante dando vida a ossos que havia recolhido de uma sepultura. Assim, com apenas 18 anos, Mary Shelley criou Frankenstein. A ideia virou um conto e foi apresentado aos demais presentes na casa. Esta é a primeira cena de "A Noiva de Frankenstein".

A ideia de adaptar o romance de Mary Shelley surgiu na sequência do sucesso de “Drácula” (1931) também produzido pela Universal Studios. Vindo deste sucesso, Bela Lugosi tinha sido originalmente escalado como Dr. Frankenstein. Mas o papel de Lugosi foi modificado para ser o monstro, que era mudo, e ele recusou após alguns testes ruins com a maquiagem, sendo então substituído por Boris Karloff, que na época era um ator inglês pouco conhecido de 44 anos de idade. A decisão tomada pelo ator húngaro é geralmente apontada como o maior erro da carreira, já que depois de “Drácula”, ele nunca mais conseguiu um papel à sua altura, vivendo na sombra do vampiro até à data da sua morte, quando foi enterrado com a capa de seu personagem.


Já Karloff conseguiu aproveitar a fama adquirida e desenvolver uma carreira de sucesso no cinema de terror longe de “Frankenstein”. O ator fez cerca de 140 filmes, a maioria deles com temática fantástica. Ao longo de mais de 50 anos de carreira, Karloff só voltou mais duas vezes a Frankenstein, nas sequencias “A noiva de Frankenstein” (1935) — que imortalizou Elsa Lanchester no papel da noiva, com o seu cabelo preto ondulado e madeixas brancas em forma de raio, apesar de aparecer apenas durante alguns minutos em cena — e “O filho de Frankenstein” (1939) — que contou com a participação de Bela Lugosi no papel de Ygor, um ferreiro com uma deformação no pescoço.

A trilha sonora de A Noiva de Frankenstein fez tanto sucesso que foi reutilizada na série do personagem Flash Gordon estrelada por Buster Crabbe.

Fontes: Cinema Livre, TAG Livros, Dalengare, Observador.pt e Boca do Inferno.

domingo, 4 de outubro de 2020

Sobre o desafio "31 DIAS DE TERROR": Dia 1 - Drácula de Bram Stoker (1992)



Eu adoro o Dia das Bruxas. Uma das minhas tradições é a de assistir, todo dia 31 de outubro, o antigo Abracadabra, da Disney. Sei que teria adorado ser americana nestas ocasiões, e viver toda a simbologia e costumes desta data na pele.

E foi este meu histórico que me fez empolgar demais com o desafio dos 31 DIAS DE TERROR da Darkisde (clica no link pra ver a matéria completa).

A proposta é simples: ter um mês inteirinho de terror, com um filme sugerido por dia.
Parafraseando Barney Stinson: challenged accepted!


SEMANA 1: MONSTROS CLÁSSICOS
Os filmes de monstros praticamente inauguraram o gênero de terror no cinema mainstream. Entre as décadas de 1920 e 1950 a Universal Pictures investiu pesado neste tipo de filme, levando às telonas monstros já conhecidos da literatura, como o vampiro Drácula, Frankenstein, Dr. Jekyll & Mr. Hyde e o Homem Invisível, por exemplo. 

Atores como Boris Karloff e Bela Lugosi se imortalizaram em seus papéis horripilantes. A fórmula fez tanto sucesso que o estúdio investiu até em crossovers destes monstros, que chegaram a dividir tela em algumas produções.

Agenda de filmes: 
01/10 – Drácula de Bram Stoker (1992)

02/10 – Frankenstein (1931)

03/10 – A Noiva de Frankenstein (1935)

04/10 – A Noite dos Mortos-Vivos (1968)

05/10 – O que fazemos nas sombras (2014)

06/10 – Um Lobisomem Americano em Londres (1981)

07/10 – O Homem Invisível (2020)


Pode parecer uma surpresa, mas nem sempre os vampiros brilharam no sol e lutaram do lado do bem. Um dos primeiros livros sobre a temática a chegar ao mercado de massa em 1897 foi o clássico romance de Bram Stoker, DRÁCULA. 

O vampiro mais icônico da história já teve incontáveis adaptações em diversas mídias. Uma das mais famosas é a estrelada por Bela Lugosi, em 1931.

A minha minha adaptação favorita é justamente a sugestão número 1 deste desafio e que, na minha opinião, é uma das mais fiéis ao livro de Bram Stoker. O filme foi lançado em 1992 e dirigido pelo lendário diretor Francis Ford Coppola. No elenco também temos nomes populares como (o maravilhoso) Gary Oldman, Winona Ryder, Keanu Reeves e Anthony Hopkins.

O que mais me impressiona neste filme é o fato de que Drácula, em situações normais, pode não ser um personagem muito simpatizante. Porém, a atuação de Gary Oldman é tão encantadora que não é difícil torcer para que Mina fique com seu príncipe, contrariando todos os esforços do Doutor Van Helsing.

Minha história com este filme começou mais ou menos aos 15 anos, quando descobri que terror era um dos meus gêneros favoritos. Ganhei o livro de Bram Stoker de um namorado na época, e por muitos anos ele foi o meu xodó (o livro, não o namorado). Tinha dedicatória com direito a "eu te amo" e tudo o mais - muito coerente com a chamada "love never dies". Li duas ou três vezes seguidas na época, até descobrir o filme. E aí foi outro vício. Mesmo depois de tantos anos eu ainda tenho a mesma sensação sinistra com a trilha sonora e as cenas de empalamento com o (não citado) vovoida Vlad Tepes, da Lucy vampira (eu tive medo dela mesmo em seus termos "normais") e do lobisomem Drácula.


Ao mesmo tempo em que cenas como a em que Drácula nega a Deus me causam perturbação, eu me pego torcendo por um final feliz pra ele. Afinal, este Drácula não parece ser o vilão, mas sim o herói romântico, vitima das circunstâncias.

O triste final (a meu ver) de Drácula me lembra também o triste final do meu livro (aquele do ex-namorado). Emprestei a uma colega anos depois, já na faculdade. E ele foi devolvido "inlível": molhado, manchado, sequer fechava. Chorei. Arranquei a página da dedicatória (apenas para jogá-la fora em uma limpeza da casa tempos depois) e comprei uma nova cópia.


"There's too much to learn from the beasts."



"Absinthe is the aphrodisiac of the self. The green fairy who lives in the absinthe wants your soul. But you are safe with me."



"Take me away from all this death."



"Give me peace."

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Sobre o amor que é sempre horrível



Vim escrever porque preciso registrar esse sentimento novo: o de ser compreendida, traduzida, de encontrar eco para os próprios sentimentos. Eu encontrei isso em uma série de duas temporadas da BBC. A famosinha FLEABAG, escrita e atuada pela Phoebe Waller-Bridge.

Há algo de muito cômico e ao mesmo tempo muito triste nela. A gente rí, ao mesmo tempo em que se emociona com todo o luto da primeira temporada, e depois de desespera torcendo por todo o drama da segunda temporada em uma situação que claramente está fadada ao fracasso.

E apesar disso, a série avisa desde o início: trata-se de uma história de amor.

Não tem um final feliz - claro que não. Pelo menos não o que eu esperava para mim. E eu acho que justamente por isso eu me impressionei tanto. E ai eu fiz o que sempre faço: eu me apaixonei de um segundo a outro, sem me dar conta, apenas para ter meu coração massacrado enquanto meu amor vai embora no sentido oposto da calçada me deixando pra trás. 

Mas pelo que conhecemos da Fleabag, ela vai sobreviver. Mesmo com o coração em pedaços, ela se levanta e segue seu caminho. E vai ao som de Alabama Shakes.


"O amor é horrível. Horrível. É doloroso. É assustador. Faz com que você duvide de si mesmo, se julgue e se distancie das outras pessoas na sua vida. Ele te torna egoísta, esquisito, te deixa obcecado com o seu cabelo, te faz cruel, te faz dizer e fazer coisas que você nunca pensou que faria. É tudo o que qualquer um de nós quer, e é um inferno quando finalmente conseguimos. Então não é de se admirar que o amor seja algo que não queiramos fazer sozinhos. Eu fui ensinado que, se nascemos já com amor, então o ponto da vida é escolher o lugar certo para depositá-lo. As pessoas falam muito sobre isso, sobre “parecer certo”, que “quando parece certo é fácil”. Mas não tenho certeza se isso é verdade. É preciso muita força para saber o que é certo. E o amor não é coisa para os fracos. Para ser uma pessoa romântica é preciso ter muita esperança. Eu acho que o que eles querem dizer com isso é: quando você encontra alguém a quem ama, isso se parece um pouco com ter esperança."
Fleabag s02x06