fevereiro 2011

sábado, 26 de fevereiro de 2011

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Sobre coisas que podem ser escritas em uma conversa de MSN


Chega a ser DEPRIMENTE! Você tem várias pessoas ao seu redor. E sabe que não é tão horrorosa quanto àquela sua arqui inimiga ou tão burra quanto a colega que sempre te pedia cola nas provas da faculdade.
Pode muito bem prender a atenção de uma pessoa "razoável" - e ate tem algumas
MAS... Elas fazem alguma diferença pra você? NAO!
Você quer aquela... Aquela lá que mal sabe o seu nome, que mal te olha no rosto.
Aquela que te ignora... Que chega a te deprimir.
E mesmo com a consciência de tudo isso, você muda de idéia? NAO!
Você nem vê mais os rostos das outras pessoas. Não ouve as vozes e parece nem reconhecer o idioma falado por elas. Isso porque os seus olhos só reconhecem uma coisa. E os seus ouvidos se fecham pra tudo o que é diferente do som daquelas cordas vocais.
Mal pode ver a primeira letra do nome dela grafada em algum lugar que o coração já palpita.
E quando sabe que corre o risco de se encontrá-la, mal dorme a noite. Mesmo que tenha certeza de que vai vê-la apenas passando ao longe - e que mesmo que estejam à dois metros de distância, ela NUNCA vai olhar pra você.
Mas nem tudo isso é motivo para  que você deixe de suspirar e pensar nela todas as noites, ouvindo baladas indigestas dos anos 80.
E de quem é a culpa de tudo isso? SUA. Só sua.
Chega a ser deprimente.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Sobre comentários gloriosos da minha avó


Frente à necessidade de acabar com os cravos do meu rosto, apliquei a máscara mequetrefe da Avon (que, diga-se de passagem, nunca funcionou na minha pele) e passei os tais vinte minutos sem mover um músculo facial (tá, passei mais tempo na ilusão de que faria mais efeito. E, tá. Nunca vou conseguir ficar mais de três minutos sem abrir a boca).
Apesar de estar na casa da minha avó, minha idéia não era viver aqueles vinte minutinhos sentada no vaso sanitário, olhando o relógio de pulso e cronometrando sistematicamente a ação do produto. Saí e fui em direção à sala, onde a encontrei.

- O que é isso?
- Máscara pra cravos. Tem que ficar vinte minutos. Daqui a pouco já tiro.
- E isso adianta?
- (risos) Andar com fé eu vou, que a fé não costuma falhar!
- Na minha época não existia nada disso e eu ainda casei com um bonitão. Agora vocês, nem com toda essa parafernalha conseguem um marido.

Obrigada, família, por todo o estímulo habitual! Amo vocês, haha.

Sobre ser feminina e frescurenta


Deixando meu lado feminino frescurento aflorar hoje, preciso não fuçar na minha sobrancelha nas próximas semanas para corrigir uma falha (ocasionada por minha própria tendência à autonomia plena, até mesmo nos fins estéticos, o que, como é sabido por nós mulheres, é altamente suicída).
É horrível tomar banho, lavar o rosto e dar um "jeitinho" no rosto com aqueles pelinhos fora do lugar acima dos olhos. O que fazer?

Sobre como fazer com que a convivência se torne insuportável


Dia desses tomei um dramin pro estômago que estava me chateando. Esperei o sábado justamente para isso e avisei que cairia num sono profundo, aproveitando para "tirar o atraso" da semana inteirinha. Me deitei às 16h. 
Surdo. Por qual motivo motivo diferente falaria tão alto assim durante todo o dia? Falava sozinho, falava com o cachorro. Berrava ao telefone tentando consolar os familiares de um amigo internado. E eu lutando contra toda a poluição sonora, tentando me entregar aos efeitos do medicamento. Pedi para que ele se atentasse ao volume da voz, mas, ao invés de sensibilizar-se com as minhas necessidades, criticou-me por ser "tão crítica" com ele.
E o som foi me irritando, e o mal-estar aumentando. O ápice foi quando, às 19h, finalmente consegui pegar no sono. Naquele mesmo instante ele me acordou aos berros perguntando se eu jantaria.
ÓBVIO QUE NÃO! Primeiro: meu estômago estava horrível. Segundo: avisei pelo menos cinco vezes que dormiria o quanto pudesse naquele dia. Então POR QUÊ?
São essas situações em que, se houvesse o mínimo de raciocínio possível, poderiam tornar nossa convivência um pouco menos desagradável.

Já são três meses em que chego até sua casa e vejo um maldito fio no chão, que percorre toda a distância da sala até o quarto, passando pelo banheiro e cozinha, atravessado na escada, obrigando-nos a abaixar quando descemos para o térreo. Três meses de ausência de organização, estética e vergonha na cara.
Já perdi as contas de quantas vezes tropecei nele. Já cai na beira da escada e torci o pulso tentando me segurar na grade. Eu. Justo eu que sou milimetricamente organizada. Eu que penso sempre em separar tudo por utilidade, frequência de necessidade e facilidade no acesso. E quando eu sugiro uma solução para aquela coisa horrorosa no meio da casa? Eu sou "tão crítica" com ele.

A jarra de vidro na geladeira me irrita. Profundamente. Perdi a conta de quantos sachês de suco artificial em pó ele consome por dia. Bebendo na biqueira o tempo todo - é assim, pra evitar "gastar com água lavando os copos". Acho nojento. Mas não falo mais nada. Simplesmente não bebo. E nem ofereço às visitas. Ele também costuma economizar quando a bebida acaba e ele deve preparar mais. Despeja o pó e água lá dentro desprezando os restos do anterior.
Uma vez cheguei da rua sedenta. Queria água (mas a garrafa destinada à ela na geladeira estava vazia e as forminhas de gelo haviam sumido do congelador). Ví a jarra cheia. Suco de tangerina (o meu favorito). Ok. Vou pegá-la. Só hoje. Puxei-a para fora. Quando levantei a jarra para despejar o líquido no copo e ela se aproximou do meu rosto, senti o odor mais desagradável possível esperado de uma jarra de suco.
Não pude acreditar que ele ainda estava tomando aquilo. Na mesma jarra. Com aquele mesmo cheiro terrível. Até o aroma, normalmente exagerado dessas coisinhas industrializadas artificiais ficava ofuscado pelo fedor que vinha dela.

Então, para não ser "tão crítica" mais uma vez, peguei minhas coisas e fui embora. Acho que ele não vai mais reclamar da minha chatice agora.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Sobre como começar bem uma semana



Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o! (Fernando Pessoa)


Sobre textos resgatados


Ela não é tão habilidosa com a guitarra quanto ele. Dedilha desajeitadamente por horas a fio,seu violão para aprendizes.
Ela mal fala inglês, diferente dele que tem fluência em mais de três idiomas.
Ela também mal se lembra de ter saído de São Paulo, enquanto ele já viajou pelos quatro cantos do mundo.
Ela não tem aqueles lindos olhos azuis ou cabelos amarelos. As madeixas cor de sangue não passam de tinta e lentes coloridas fazem os olhos dela arderem.
Ela não surfa nada comparada à ele: morre de medo de se afogar. Talvez seja por isso que viva deslumbrada ao vê-lo desafiar o mar
Ela é apenas uma criança entusiasmada perto dele. Começando a vida agora, precisando de alguém para guia-la por aí.
E tudo o que ela tem pra oferecer é a vontade enorme dela de viver; e as risadas de tudo o que ela vê. E as piadas, os carinhos, as musicas, o sentimento... e absolutamente TUDO... 
"Mas se vc quiser alguém pra ser só seu, é só não se esquecer, eu estarei aqui." (De 14/06/2007, resgatadíssimo.)

Sobre dias agradáveis


Fazia tempo que eu não ligava pro Mauro às 8h da manhã e a gente saía por aí sem destino!
Comer churrasco de alho, ir até a Itaberaba, Lapa, Galeria do Rock (só porque o Salem, supostamente, estaria lá), casa do Coio (e ele ter ido até o salão fazer chapinha, a-ha), procurar a gaita do Rick, cortar o cabelo, fazer perguntas idiotas (dãããã...), comprar toda e qualquer coisa de oncinha, tirar onda com a recepcionista da CNA, encontrar a Row e ainda falar que ela é chata ("É... E você é falsa."), usar sempre Visa e nunca Master Card.... E por aí vai.
Foi um dia feliz. Maurão, obrigada (e nem adianta tirar foto dele. Já desisti). 
Bem ou mal, a gente se entende, né não? haha

Sobre o que não chega a acontecer


Ela diz que é o contrário, que não pode esquecê-lo. Que uma vez que nada se passa entre eles, permanece a memória infernal do que não chega a acontecer.” (Marguerite Duras in: Olhos azuis, cabelos pretos. Ed. Círculo do Livro, p. 30). Retirado de Vem cá Luísa... me dá tua mão.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Sobre "SE isso, SE aquilo..."


“Mas porque querem saber disso? Deus, tem seus próprios problemas. Tenho certeza que estão obcecados com suas tristezas, esperanças e sonhos. As previsíveis vidas amorosas infelizes. Seus empreendimentos fracassados. “Ah, se eu tivesse comprado aquela ação.” “Se eu tivesse me aproximado daquela mulher.” Se isso, se aquilo. Querem saber? Me dêem um tempo com esses seus “poderia ter” “deveria ter.” (Do filme: Tudo pode dar certo. Direção de Woody Allen)

Sobre frases no Saia Justa (GNT)


"O homem não erotiza a inteligência da mulher. A mulher erotiza a inteligência do homem". *(???, filósofo)

No final da fala, o ??? disse algo assim: "(...) se ela for inteligente e bonita, então, é a morte!".

O que vocês pensam, leitores e leitoras? Vamos (nós mulheres) para a academia (universidade) ou para a academia (aquela que tem esteiras onde corremos como hamsteres)?
As duas coisas não vale como resposta, haha.

Sobre a fuga da intimidade - e similares


“Os homens que sumiam semanas seguidas e depois reapareciam costumavam me confundir. Agora sei que ou eles estavam fugindo da intimidade ou perseguindo outras mulheres... o que, é claro, vem a dar na mesma.” (Erica Jong in: O vício da paixão. Ed. Círculo do Livro, p. 252)

Sobre olhos tranquilos


“Ela também tinha uma metade longe dali, e essa metade ausente dançava um balé em algum lugar do espaço sobre nossas cabeças, e ela acompanhava a dança desse outro eu destacado e viajante com olhos que não paravam nunca. Mas não eram olhos nervosos pinguepongueando uma atenção sem talento para a concentração: eram só olhos que ondulavam, tranquilos, acompanhando algum acontecimento sem dúvida muito bonito, que no entanto ninguém mais via.” (Adriana Lisboa in: Azul-corvo. Ed. Rocco, p.169-170)

Sobre coisas terrivelmente belas ou horríveis


“Ela uma vez vira uma amiga inteiramente de coração torcido e doído e doido de forte paixão. Então não quisera nunca a experimentar. Sempre tivera medo das coisas belas demais e horríveis demais: é que não sabia em si como responder-lhes e se responderia se fosse igualmente bela ou igualmente horrível”. (Conto “A bela e a fera ou A ferida grande demais”, Clarice Lispector)

Sobre estar entre a sensibilidade e a inteligência


 “Essa sua dor de cabeça é meio estranha, não? É psicológica?
Depois de todas as operações que fiz, tenho a impressão de que é psicológica. A cada quatro horas tomo uma aspirina. Sou um sujeito muito tenso, à espera de uma notícia desagradável a todo momento. Sou um sujeito dividido, em tensão permanente, em luta constante entre a sensibilidade e a inteligência, entre todas as coisas.” (Edla van Steen in: Viver & Escrever vol. 2. Depoimento de João Cabral de Melo Neto. Ed. L&M Pocket, p. 21)

Sobre o rancor das mulheres


“Ele nunca soube explicar o que acontecera. A verdade é que não lembrava, não lembrava, dissera à mulher, ela não disse, mas estava claro que nunca o perdoaria. E nunca o perdoou. As mulheres podem ser terrivelmente rancorosas, ele concluiu.” (Carola Saavedra in: Flores Azuis. Ed. Companhia das Letras, p.34)

Sobre um sorriso chocante


"Você tinha um sorriso chocante, Laura. Em certas ocasiões, parecia tão feliz que era chocante. E às vezes, Laura, em sua raiva congelada por alguma coisa, qualquer coisa, você era fria e arrogante de maneira igualmente chocante." (Josephine Hart in: Abandono. Ed. Record, p. 19)

Sobre versões da verdade


“Otávio não se importava com as minhas mentiras, estava convencido de que toda mentira era apenas mais uma versão da verdade. Tinha me explicado que só o fato de eu ter escolhido determinada mentira e não outra qualquer já era suficiente para fazer dela uma confidência, uma revelação.”. (Toda terça, Carola Saavedra, p. 30, Ed. Companhia das Letras)

Sobre coisas que já não existem mais


 “Onde estão as suas memórias, Ludmillah, e todas as suas culpas e arrependimentos, e tudo quanto lamenta, cada palavra dita ou imaginada ou desejada, e a nostalgia daquilo em que já não acredita, e a incômoda comichão daquilo em que gostaria de acreditar? Compreende o que digo com sua alma de poeta, ao menos?” (Adriana Lisboa in: Os fios da memória. Ed. Rocco)

Sobre tentar fugir - e não conseguir


“(...) de maneira análoga, para Lacan, quer o sujeito desejante se aproxime de seu objeto de desejo ou fuja dele, esse objeto parece permanecer à mesma distância dele. Quem não se lembra da situação pesadelar em sonhos: quanto mais corro, mais fico plantado no mesmo lugar?
(Slavoj Žižek in: Como ler Lacan. Ed. Zahar, p. 96)

Sobre o dom da mentira


"O beijo terminou e nos olhamos, como assustados. Infelizmente, o beijo terminou. Eu, só eu, na verdade, estava assustado. Apenas eu. Ela estava contente, dava para ver em seu rosto de mulher mentirosa. E a mentira é o dom da mulher. Não da adolescente, da boba. A mentira é o dom da mulher. Que ela aprende a fingir, a mentir, é porque já é mulher feita, não importa a idade." (Ítalo Ogliari in: A volta. Editora 7 Letras, p. 26)