Sobre olhos tranquilos
“Ela também tinha uma metade longe dali, e essa metade ausente dançava um balé em algum lugar do espaço sobre nossas cabeças, e ela acompanhava a dança desse outro eu destacado e viajante com olhos que não paravam nunca. Mas não eram olhos nervosos pinguepongueando uma atenção sem talento para a concentração: eram só olhos que ondulavam, tranquilos, acompanhando algum acontecimento sem dúvida muito bonito, que no entanto ninguém mais via.” (Adriana Lisboa in: Azul-corvo. Ed. Rocco, p.169-170)
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