2010

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Sobre meus desejos para 2011



"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente.
"
Carlos Drummond de Andrade
Muchachos, TUDO DE MAIS LINDO pra nós em 2011!

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Sobre dietas e o apoio que recebo dos familiares


Embarquei em um dieta a duas semanas. Tudo bem que o Natal (e aquele bolo prestígio magnífico de ontem) acabaram estragando um pouco minha meta de perder alguns quilos. Anyway.
Acordo todos os dias me lembrando de que não posso comer doces ou ingerir carboidratos, o que tem me deixado um tanto quanto... triste.
Hoje pela manhã, minha mãe (que, caso tenham curiosidade, sabe da dieta e apóia incondicionalmente esta minha atitude em prol da vida saudável) me ofereceu pão doce. Frente à minha recusa, foi à padaria e trouxe vários pães com queijo e cocadas cobertas de chocolate. 
Olhei para a mesa do café da manhã e perguntei "Se eu fosse diabética, você faria doces e deixaria na geladeira durante a semana inteira?" e ela respondeu prontamente que não. "ENTÃO POR QUE É QUE VOCÊ COMPRA ESSAS PORCARIAS QUANDO SABE QUE EU ESTOU DE DIETA?".
Ela enrolou, enrolou e disse que a médica dela (que sabe-se lá Deus onde tirou o diploma) tinha liberado essas guloseimas "pouco calóricas" - e entendi o motivo de não ter perdido absolutamente um quilo durante cinco meses de regime alimentar.
Realizado o comentário ácido, cortado um pedacinho de nada do pão com queijo e quase em vias de abandonar a cozinha, ela vira para mim e me oferece um copo de leite de 500ml batido com ovomaltine, açúcar, iogurte e leite condensado. Fala se não dá vontade de bater?

domingo, 26 de dezembro de 2010

Sobre pernas (femininas) cabeludas


 Você percebe o quão ruim suas pernas estão quando sua prima de nove anos recomenda uma depiladora pra ti antes do ano novo. Em minha defesa, devo dizer que estava aguardando justamente o final da semana para passar pela maca (mesmo sabendo que, no final da semana, os salões estarão lotados e eu nem mesmo reservei o horário).
De qualquer modo, deixei umas boas duas horas dedicadas justamente a esta atividade (afinal, se eu fosse desse jeito para a depiladora, passaria muita vergonha) e acho que depois da gilete, perdi alguns quilos com tanto pêlo jogado fora.
O interessante não era apenas o estado deplorável das minhas pernas, mas sim ter procurado uma maldita gilete pela casa durante 40 minutos e ficar tão emocionada ao finalmente encontrá-la a ponto de pensar que talvez alguma divindade estivesse me pregando uma peça. Quando a ví, tive certeza de que a lâmina estava cega (oi?) e resolvi testá-la deslizando meu indicador direito sobre ela. Corte, corte, um enorme corte que vai limitar minhas atividades durante esta semana inteira (ai, acho que serão necessários pontos - oito, no mínimo). Agora, o que eu não consigo explicar é o fato de pensar que a lâmina de uma gilete dentro de uma embalagem fechada estivesse cega. Acontece.
Toda a situação tragicômica de hoje, como se não fosse o suficiente, me fez lembrar de uma passagem da época do colégio. Não me recordo do motivo ou de qual era a específica situação. Lembro-me apenas de que eu estava atuando em uma peça e interpretava o Garotinho (sim, o político). Para dar mais vida a personagem, apareci com uma bermuda ao dar uma entrevista (alguém já viu esse cara de bermuda ao dar uma entrevista?), com as "pernas cabeludas". Não preciso dizer que fui POUCO zuada por todos (afinal, recursos para criar pelos nas pernas não faltam no fantástico mundo do teatro). 
O que me consolou naquela triste situação foi o digníssimo comentário de um dos meus professores (o mais punk, mais bonito, mais divertido, mais inteligente, mais agradável e bonito de todos) dizendo em alto e bom som que mulheres que não se depilam ficam sexy. Sim, ele disse isso. Mas, para muito além de decepcionada, fiquei feliz (e muito mais egoísta) quando foco saiu das minhas pernas cabeludas direto para a orientação sexual dele.

Sobre meu azar no jogo e a vergonha alheia dos sorteados


Eu sempre detestei ter os holofotes sobre mim. Essas situações costumam me deixar extremamente desconcertada. Tanto que, quando ia aos famosos grupos de oração da igreja, sempre evitava colocar meu nome nos sorteios para levar os santinhos para casa durante uma semana e fazer todas as orações possíveis e imagináveis para abandonar minha angustiante timidez.
Recentemente, Ke-chan e eu fomos à um evento científico e meu único desejo para este dia era o de não chamar a atenção para mim (como aconteceu na edição do ano anterior, quando caí na frente de todos os presentes no salão). Por isso, logo que recebi a programação e constatei um pequeno cupom para preenchimento que me garantia concorrer a apólices de seguro, optei por deixá-lo obsoleto entre os meus papéis. É claro que fui repreendida pela Ke-chan, que riu da minha precaução, alegando que a minha falta de sorte nessas coisas jamais me concederia ser sorteada naquele dia. Mas, por via das dúvidas...
Ke-chan, ao meu lado, rabiscou o papelzinho umas quatro vezes, alterando seu número de telefone "não quero que eles fiquem me ligando pra oferecer seguro", era o que ela dizia. Me lembro de rir compulsivamene quando ela depositou na urna um pedacinho de papel frangalhado, atraindo olhares das pessoas que estavam ao redor.
Quando o evento acabou, começamos a nos movimentar para guardar materiais e partir para a rua, falando em voz alta e dando algumas discretas gargalhadas. Alguns dos presentes nos observaram com reprovação, como que indicando o início do tão esperado sorteio. Sorri, sabendo que não estava correndo riscos de natureza alguma e desta vez não precisava orar para Deus que não fosse eu a sorteada (ou seria o contrário?), afinal, o trágico destino do felizardo ganhador era dirigir-se à frente de todos os presentes, receber o pedaço de papel que simbolizava a apólice e tirar uma fotografia com os patrocinadores (me dá calafrios).
Eu continuava trocando causos com a Ke-chan quando tudo ao redor ficou em câmera lenta, principalmente a mão que levantava um dos papéis da urna. Ah sim! Também pareciam existir dois holofotes na sala, um na urna e outro apontando em nossa direção. Lentamente vimos um papelzinho frangalhado e coberto de tinta azul sair da escuridão para a visão de todos (e temi pelo nome a ser chamado, acho que até mais do que a Ke-chan). Boquiaberta, podia sentir o coração de minha fiel escudeira gritando dentro do mediastino (que dramático), como querendo de esconder na ponta dos pés. Temi pelo que aconteceria depois.
Ela foi chamada em alto e bom som no microfone e percebi minha colega tão sem reação quanto eu ao levantar-se para buscar o prêmio. Meu nervosismo era excessivo e até me esqueci de rir da cara dela e de todo o seu deboche quando disse sobre o meu azar (tão conveniente nestas ocasiões) no momento em que relutei ao participar do sorteio.
Ví a Ke-chan receber o prêmio e ser aplaudida como quem ganha um grammy. Ví minha amiga se posicionar com o patrocinador para bater a foto amarela, e a ví voltando para a seu lugar mais vermelha do que pipoca com anilina de porta de teatro (ah, adoro a pipoca com anilina de porta do teatro!)  totalmente desorientada.
Lembro de me sentir muito tocada pela situação e compadecida de seu sofrimento, e recordo principalmente da minha vontade louca de tirar uma com a cara dela e perguntar "Por que você está tão vermelha, Raquel?". Ah, sim. Lembro-me do tapa que ela me deu depois disso também.
Agora a Ke-chan tem a apólice de seguro pro carro. Só falta mesmo comprá-lo efetivamente. Depois dessa experiência constrangedora, acho que ela aprendeu a lição: nunca mais participar de sorteiozinhos mequetrefe. A menos que eles resolvam dar também o dirigível (nesse caso eu depositaria TAMBÉM o meu cupom preenchido).

Sobre meus refúgios mentais


Nem eu entendo o motivo de eu ficar, às vezes, meio assim, com raiva do mundo. Não exatamente do mundo, mas de algumas coisas em específico. Talvez até de pessoas (bem específicas). E olha que a TPM (pelo menos nesse momento) passa longe.
Aí eu me refugio nas coisas boas. Em coisas ótimas, na verdade. Nos meus dias em Santos. Em todos os momentos que eu passei com a Moninha. Na minha iniciação no Macunaíma. Das noites com grilinhos em Jundiaí. E principalmente dos finais de semana na Paulista com o Luís.

sábado, 25 de dezembro de 2010

sábado, 18 de dezembro de 2010

Sobre duplas famosas (ou não)


Carol e eu embarcamos na busca incessante por uma identidade desde que nos tornamos "A DUPLA" do ano no setor de psicologia do hospital (rs). Por isso, andei pesquisando na internet e encontrei algo, no mínimo, interessante.
Como autêntica neta de partes constituintes de duplas caipiras (mas bem caipirrrras mesmo), não posso deixar de relembrar aqui (com um pouco de irônia, claro) a genialidade desses profissionais da música ao escolher seus nomes artísticos.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Sobre o pesadelo da última noite


E daí que eu não sei se foi porque o Lu disse que ia sair casado de 2011, ou o convite repentino da Jana pra ir tomar umas nos barzinhos do Largo da Matriz no final de semana. Só sei que acordei DESESPERADA de um sonho DESESPERADOR: ELE, com toda a sua ausência de beleza, sociabilidade e comportamento agradável (e que mesmo assim eu ainda amo demais e há muito tempo) estava se casando com uma guria horrorosa - e eu estava entre os convidados, chorosa e desorientada.
Pessoas conhecidas e que sabiam dessa paixão (quase platônica, sim), me olhavam com dó e cochichavam coisas. Alguns riam. E eu sentia que era mais alvo da atenção do que os próprios noivos.
Tudo bem que eu não ligava mais há algum tempo (ou fingia não ligar, sabe-se lá Deus), mas foi um tanto quanto triste. Fiquei impressionada ao saber o quanto eu não sei sobre o que eu mesma sinto. Saca?

domingo, 5 de dezembro de 2010

Sobre mecanismos defensivos de natureza sublimatória


"Outro enfoque é o dispensado à força humana que se dedica a um trabalho - dor, doença e morte - identificado como insalubre e penoso para todos, provocando-lhes sintomas orgânicos e psíquicos. Este mesmo trabalho, "paradoxalmente, é capaz de produzir satisfação e prazer, através de mecanismos defensivos de natureza sublimatória", quando as tarefas desempenhadas são socialmente valorizadas. (PITTA, 1991).

Eu AMO meu trabalho.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Sobre a ausência de palavras




"Nenhuma palavra dói mais do que a ausência de palavras. Você não é tolo e sabe muito bem disso. Você me impunha um silêncio devastador. Sumia, não dava notícias, fazia de propósito, queria me ver chegar perto da morte, paralisada, sem forças. Eu esperava o telefone tocar, ele não tocava. (...) Esperava o apito do meu computador avisando a chegada de um novo e-mail, ele não apitava. Esperava uma carta, um sinal de fumaça, uma mensagem no celular, esperava que você aparecesse e trouxesse consigo alguma palavra. Esperava e esperava e esperava. E você não vinha. Você me deixava a sós com esse silêncio que dói mais do que um grito arranhado, do que um corte profundo na carne, que dói mais do que a palavra dor".(A chave da casa, Tatiana Salem Levy, Ed. Record, P. 139)

Sobre a escrita que (não) existe




Não, não posso. Se não sangra, a minha escrita não existe. Se não rasga o corpo, tampouco existe. Insisto na dor, pois é ela que me faz escrever. [Mas por que não tenta? Se não pode escrever sem dor, ao menos escreva sem peso, sem culpa. Tire o cimento dos ombros. Seja leve, escreva palavras leves.] Não sei. Vacilo, não tenho certeza se é esse o caminho, mas prometo: tentarei". (A chave da casa, Tatiana Salem Levy, Ed. Record, P. 69)

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Sobre minhas razões para adorá-lo


- Eu já tinha visto seus trabalhos pelo menos cinco vezes antes, e apesar de reconhecer seu talento, nunca lhe dei muita atenção.
- Quando nos falamos pela primeira vez, não o reconheci. Ele estava tão empolgado, entrando no diálogo caloroso que eu travava com a Hard sem ser convidado ou ao menos apresentado. Ignorei-o totalmente.
- Ele me chamou a atenção somente quando se vestiu de mulher (é, gente esquisita essa, rs). Quando nos parou para conversar na saída do teatro, reconheci o "entrão" de algumas horas atrás. Em quinze minutos já tinhamos programa cultural marcado para o próximo final de semana.
- A primeira coisa que me disse no nosso primeiro encontro cultural foi que eu precisava escurecer a raiz do cabelo. Diante da minha total falta de expressão ou reação, pediu desculpas pela brincadeira e beijou a minha mão e testa desesperado (fofo²).
- Ele tem o sotaque (mole, cheio de S, R e XIIIIIIX) mais gostoso de ouvir do mundo. E a voz naturalmente rouca é um charme.
- Ele é a pessoa mais divertida e desencanada que eu já conheci na vida. É livre, solto, desimpedido. Racional, emocional, sério quando necessário, inteligentíssimo. Uma amálgama de todas as coisas que desejei em mim.
- Tem o abraço mais gostoso desse mundo e sabe fazer o melhor cafuné da história.
- Sem combinar, sempre repartimos o cabelo para o mesmo lado, rs.
- Não consigo ficar muito tempo longe. Não consigo ficar muito tempo sem pensar sobre. Não consigo viver mais de seis horas sem falar com ele ao menos para dar um oi e saber se tudo corre bem.
- Ele me faz sentir a pessoa mais extraordiária do mundo quando estamos juntos.


quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Sobre meu cronograma


Daí que tudo o que eu escolhi fazer ou sacrifiquei até agora foi por conta de um plano maior. Ok, eu acabo viajando um pouco nesses assuntos, mas tenho tantos planos profissionais, acadêmicos e pessoais, que a única solução que encontrei para realizar todos foi começando a faculdade super cedo, para que eu conseguisse estudar tudo o que eu pudesse (e quissesse) a tempo de ainda me casar e ser mãe. Até agora tenho seguido o cronograma!
Meus atendimentos na pediatria tem me deixado ansiosa para acelerar o calendário e chegar até outras partes do cronograma . E em diversas vezes me peguei fantasiando minha vida futura (idiota ao quadrado!). Mas, como você deve imaginar, costumo ser realista até em minhas fantasias. Acredito que serei uma boa mãe. Disciplinadora, séria (apenas nos momentos onde isso é inevitável). No mais, serei muito divertida. Meus filhos poderiam ser iguais a mim. Um pouco mais sociáveis e menos sarcásticos talvez. Mas ainda sim poderiam não dar tanto trabalho (como meus pais agradecem pela ausência de dores de cabeça que os causei).

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Sobre as pérolas em House


- A minha vida toda é um grande acordo. Ando na ponta dos pés como se todos fossem de porcelana, passo o tempo todo analisando que efeito teria o que eu digo. Aì vem você, um viciado na realidade: se eu te dissesse uma mentira reconfortante você me bateria na cabeça com ela. Não vamos mudar isso.
- Tá bom.
(House, 5ª temporada, 17ª episódio)

Sobre informações complementares de boas vindas


- Você também é do clube das adoradoras de homens de jaleco?
- Haha, sim, sim! Adoro homens de jaleco. Acho lindo!
- A gente que entra na área hospitalar vem com a ilusão de que vai encontrar vários desses, né? Eu sei que você vem do HC e que lá tá cheio de residente bonito. Mas eu vou adiantar a nossa atual situação: aqui não tem homem, muito menos bonito, tá? rs.

(RCC, TC)

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

domingo, 17 de outubro de 2010

Sobre diálogos dispersos


Na aula de Literatura Universal...

- Não sabia que você gostava de literatura a ponto de fazer anotações durante a aula, Franklin...
- Ah, não... Não são sobre a aula de literatura. São as coisas que eu tenho que fazer durante a semana.
- Deixa eu ver então "fazer o cabelo, fazer a unha, fazer limpeza de pele, PEGAR O TELEFONE DESTE GATO QUE ESTÁ DANDO AULA...". Fran?!?!?
- Que foi...?

(TC, FSS)

Sobre oportunidades de recomeçar


Aos domingos, costumo chegar do HC acabada. Muito cansada mesmo. Tão cansada a ponto de ir me deitar às 19h. Mas hoje estou tão feliz e disposta. Rí o dia todo com a Mari, fiquei muito feliz de verdade quando o Franklin chegou no período da tarde (isso sim é raro, rs) e até o almoço na melancólica lanchonete do InCor foi maravilhoso. Estou com vontade de sair de casa para tomar sorvete. De ir buscar a Jeack na casa dela pra gente ir ao cinema, telefonar ao Gabs pra dizer que tenho saudades, ir dormir na casa da Moninha e ficar acordada até de madrugada vendo filmes, e principalmente fazer uma declaração de amor.
Sinto que absolutamente tudo o que eu fizer a partir de agora será bom! E todos os meus projetos darão certo. Minhas energias estão renovadas, finalmente.
Como é bom ter a chance de recomeçar. Como é bom estar no lugar certo, na hora certa. Como é bom sentir-se feliz!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Sobre minhas bandas favoritas


Porque Linkin Park sempre traduz perfeitamente.

I'm gonna runaway... And never say goodbye!
I'm gonna runaway... And open up my mind!




Graffiti decorations under a sky of dust
A constant wave of tension on top of broken trust
The lessons that you taught me I learned were never true
Now I find myself in question (They point the finger at me again)
Guilty by association (You point the finger at me again)

I wanna runaway, never say goodbye
I wanna know the truth instead of wondering why
I wanna know the answers, no more lies
I wanna shut the door and open up my mind

I'm gonna runaway... And never say goodbye! [Gonna runaway]
I'm gonna runaway... And never wonder why! [Gonna runaway]
I'm gonna runaway... And open up my mind! [Gonna runaway]

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Sobre minha habilidade linguística


E aí que não sei se por estar impressionada com o Carlos estar no México ou com os meus pares hermanos visitando o Brasil, só sei que resolvi impressioná-los com a minha habilidade linguistica e soltei um "Me gusta burrito mucho". A comida mexicana. Burrito na Argentina é uma posição sexual.
Por Tatiane - a mais popular.

Sobre diálogos dispersos




_ Não sei pra que tudo isso. Sempre foi você.
_ Sempre?
_ Sempre. Mesmo antes de eu te ver pela primeira vez. Mesmo antes de eu saber que era você.
_ Sempre?
_ Sempre, só tive alguns desvios de percurso.
_ Foram bons?
_ Você é melhor.
_ É?
_ É... Você é melhor.
Don't make me change my mind.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Sobre Vanessa Santos e suas técnicas projetivas


Para minha amiga "Van de Barueri" (aquela que tem uma PUC perdi'casa).

Ser psicólogo, normalmente, é ser um cientista. Mas não necessariamente um cientista natural. Apesar de me sentir muito confortável com a segurança das ciências naturais, fico totalmente fascinada/ encantada/ abobada com ciências humanas e tenho certeza de que, apesar sentir um friozinho na espinha, adorarei abordar meus pacientes com uma visão freudiana.
Ah, o inconsciente e suas manifestações! Depois que resolvi estudar a fundo projeções, percebi que nos colocamos realmente, durante todo o tempo, despidos para o outro (que felizmente não está "treinado" a perceber nossas confissões inconscientes). Então, decidi que sempre que possível, faria comentários e daria respostas mais ambíguas possíveis esperando as famosas confissões... digo, projeções.
Claro que é impossível prestar atenção nestes pequenos detalhes o tempo todo. E muito chato, obviamente. Não bastasse o medo e o afastamento que os, digamos, "não-psicólogos" mantém de nós, meros seres humanos estudantes de psicologia, dar razão e pitacos sobre o inconsciente dos outros só nos tornaria mais desagradáveis do que supõem que sejamos. 
A cena muda de figura quando, numa conversa de bar, soltamos uma piadinha que envolva estes conceitos e pessoas ficam curiosas para conhecer um pouco dos segredos mágicos dos "profissionais leitores da mente alheia". Já adianto que tentar explicar não é uma boa opção e você pode se tornar vítima de suas próprias palavras, como no dia em que expliquei, a grosso modo, o que era uma projeção a uma colega e cinco minutos depois fiz uma piada infame sobre gases. Claro que neguei a projeção quando todos riram de mim (minha sorte é que eles AINDA não sabiam que negação também é um mecanismo de defesa).
Nessa onda de projeções, ainda não conheci ninguém mais habilidosa (e malandra) a favorecê-las nas pessoas do que Vanessa Santos. Mesmo antes de conhecermos testes projetivos, uma de suas famosas piadas, a do "encher o tanque", já nos fazia inferir diversos dados sobre a sexualidade das pessoas. E ela, definitivamente, é um gênio nisso. Mas é melhor que eu pare por aqui. Sabe como é... Mesmo que fora do setting terapêutico, é ético manter descrição a respeito das pessoas e de nossas inferências.

P.S.: Inferências não são certezas absolutas a respeito das pessoas, uma vez que projeções, a partir das quais elas são retiradas, são conceitos das ciências naturais. E, para nossa sorte, pessoas mudam!


segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Sobre dramatização


E a incumbência do mês é montar uma peça de teatro em 30 dias. Talvez até menos. Minha idéia é dramatizar algumas das cartas de Fazes-me Falta, aproveitando todo o meu encantamento com o livro. 
Sabia que a formação em cênicas iria servir pra alguma coisa um dia. Se eu tiver um tempinho livre no ano que vem, gostaria de investir mais nesses projetos paralelos junto com a Moninha. Amo teatro! Tanto que amanhã pretendo ver a terceira peça neste feriadão. Desta vez, Contos e Causos, sob direção da Ana Wuo.
Falando nisso, cinco minutos no MSN papeando com a minha prima a respeito dos trabalhos dela no teatro e descubro que a Gê é suuuuper amiga do Fernando Alves Pinto (lembrança: "Fernando Alves Pinto, me dá um abraço?"). Melhor ainda é saber que ela vai nos incluir no próximo programa em que ele estiver presente. Uhul.
Ter contatos é tão bom...!

Sobre o meu super feriado


Monalisa e eu. Somadas a um feriado recheado de programas de solteirona. Especialmente a "emendinha".
A peça Hell é realmente muito boa. E Bárbara Paz dá show de atuação (diferente de suas aparições na TV). Nossa sessão teve direito até a participação de Arnaldo Jabor (chique, meu bem!). Continuando a saga, as visitas à casas de artesanato para montar o ateliê de arte-terapia foram super legais. Galera super gentil essa das artes plásticas. Depois nos entupimos de chocolate aproveitando todas as promoções de doces das Lojas Americanas e, para completar a segunda-feira, um cineminha (e a dupla secando de tanto chorar). Terminamos nossas jogadinhas de Uno há poucos minutos, e deu uma preguicinha de ir pra faculdade assistir a unica aula decente de hoje. Vou me enrolar nos cobertores e ver um bom filme, bem quentinha e quietinha!

domingo, 10 de outubro de 2010

Sobre meus trabalhos de conclusão de cursos


Eu queria uma idéia nova pro meu trabalho de conclusão do curso de Cuidados Paliativos/ Tanatologia. Nova mesmo. Na verdade, não exatamente nova. Mas que me livrasse da oficina de criatividade. Sabe como é...
Além de nova, segura e boa, não deveria tomar muito o meu tempo, já que estaria vivenciando o fechamento do semestre na faculdade também. 
Bom... Sempre fui boa em relacionar coisas (ah, psicólogos), bem como achar pêlo em ovo. Então, totalmente apropriada da teoria de Elizabeth Kubler Ross, resolvi que relacionaria seus conceitos com um livro. Mas não seria o meu amado A morte de Ivan Ilitch (que, diga-se de passagem, nem eu, nem meus queridos companheiros aguentamos mais ler/ ouvir falar em razão de meus incansáveis desdobramentos). O escolhido foi o fofíssimo "Fazes-me falta", da Inês Pedrosa. Filho da literatura portuguesa.
Fazes-me Falta é um romance que roça o limiar da poesia, um altar erigido ao culto da amizade e do amor, no qual duas vozes se intercalam: a primeira pertence a uma pessoa que acabou de morrer, embora não consiga encontrar o eterno descanso por continuar ligada à vida e às pessoas que deixou. É uma alma que vagueia, perdida nos momentos e nas curvas do tempo, que revê e relativiza as urgências terrenas com a infinitude da eternidade.
A segunda voz sai da garganta de alguém que sofreu a perda de uma pessoa muito próxima, um complemento de si mesmo, um anexo da sua alma. Esta voz viaja nas dores das ausências, dos silêncios, nas interrogações acerca dessa coisa suja e egoísta que é a morte.
Eu realmente acreditei que não teria maiores problemas. Adoro a história e sempre choro quando leio as duas primeiras páginas. O problema é que nunca fui adiante. Ora pois, depois de uma semana, encontro-me parada na página 26. Porque choro sempre que avanço um novo parágrafo. Porque não entendo as expressões portuguesas riquíssimas e sempre recorro ao santo google. 
Acho que vou desistir e usar a dramatização como opção pra terminar esta empreitada. Que ódio...

Sobre os "bastidores da Psicanálise"


A residência ampla e acolhedora, no número 20 da rua Maresfield Gardens, região oeste de Londres, foi a última moradia do criador da psicanálise. Transformado em museu, o espaço guarda mais que objetos pessoais dos antigos moradores – permanece ali um pouco da história de incontáveis analistas e analisandos.

MUSEU SIGMUND FREUD, LONDRES

Para muitos pacientes, e para boa parte do público em geral, o psicanalista é uma figura neutra, discreta, reservada, quando não enigmática, de quem se conhece muito pouco. O que tem certo fundamento. No passado, ao menos, muitos psicanalistas temiam o acting out – a expressão de conflitos emocionais, por meio de comportamento impulsivo – e acreditavam que a proximidade com o analisando favoreceria essa “passagem ao ato”. Além disso, alguns profissionais receavam contaminar o tratamento apresentando-se aos pacientes como pessoas comuns. Por causa disso ainda hoje é rara a possibilidade de observar a intimidade de um analista.

Pois é justamente essa oportunidade que nos proporciona uma casa-museu situada no número 20 da rua Maresfield Gardens, no distrito de Hampstead, em Londres. E não se trata da residência de qualquer analista: o morador foi ninguém menos que o criador da psicanálise, Sigmund Freud. Em 1938, depois que a Áustria foi anexada pelos nazistas, ele, relutantemente, deixou Viena, onde vivia e trabalhava (no famoso endereço, Bergasse 19), e transferiu-se com a família para Londres. A mudança foi penosa para o homem idoso e doente – lutando com um câncer, ele viria a falecer em setembro do ano seguinte. Na casa aprazível no noroeste da capital inglesa Freud pôde contar com um ambiente confortável e, muito importante, com o apoio da família. Moravam com ele a esposa, Martha, a cunhada Minna, a empregada, Paula Fichtl, e a filha, e também terapeuta, Anna. Extraordinariamente dedicada ao pai, ela continuou vivendo ali até morrer, em 1982.

O aposento que mais chama a atenção é, sem dúvida, o gabinete com a biblioteca – onde, mesmo exilado, continuou atendendo seus pacientes. O idioma não foi problema: ele falava bem inglês, ainda que com forte sotaque. (...) É no gabinete que está o divã analítico original, trazido da Bergasse 19. Muito confortável, tem almofadas de chenile e está coberto com um tapete persa ricamente colorido. Sobre a peça há outros tecidos orientais. Para quem já freqüentou consultórios psicanalíticos isto não deixa de chamar a atenção.Por exemplo, quando comecei minha análise, a regra entre os freudianos era atender num ambiente o mais neutro e despido possível. Mas isso, pelo jeito, não preocupava Freud – assim como não o preocupava manter o distanciamento dos pacientes. Quando um deles, o aristocrata russo Sergius Pankejeff, conhecido como “o homem dos lobos” (por causa do famoso sonho em que via esses animais encarapitados em árvores, sonho esse retratado num desenho exposto no museu), ficou financeiramente arruinado, Freud lançou uma espécie de campanha no círculo analítico para ajudá-lo. Ou seja, tratava seus pacientes, ou pelo menos alguns deles, de forma especial. E talvez o divã, com seus tecidos e tapetes, desse testemunho disso.
Tapetes e tecidos com cores fortes cobrem o divã trazido de Viena: pouca preocupação em manter neutralidade do ambiente de atendimento

O dono da casa era um leitor voraz. Sua biblioteca inclui livros de psicanálise, medicina, psicologia, ciências biológicas, filosofia. Ganham destaque autores como Charles Darwin, Jean-Martin Charcot e Richard von Krafft-Ebing. Como seria de esperar, são numerosos os textos sobre arqueologia. Mas ali encontramos também grandes obras literárias: Johann Goethe, William Shakespeare, Gustave Flaubert, Heinrich Heine, Nikolai Gogol, Anatole France. Freud dizia que, antes mesmo da psicanálise, poetas e ficcionistas já exploravam os meandros do inconsciente. Em Os dez amigos de Freud, o brasileiro Sérgio Paulo Rouanet estuda as obras prediletas do psicanalista – que, aliás, foi contemplado com o Goethe, famoso prêmio literário oferecido pela cidade de Frankfurt. Mas só uma parte de seus livros estão no museu; muitos foram adquiridos pelo New York State Psychiatric Institute e estão agora na Universidade Columbia, em Nova York. Outros foram doados para a Biblioteca do Congresso, em Washington.



terça-feira, 5 de outubro de 2010

Sobre minha ausência de cautela com coisas de plástico



Cheguei "varada de fome" (Tiiii, que saudades de assistir a novela das 20h contigo, lôro!), coloquei algumas salsichas no fogão, esquentei o purê de sábado a noite e fui passar a maionese no pão. Abri a geladeira e ví o vidro - de plástico. O pensamento automático foi engraçado "Ufa... Ainda bem que é de plástico. Se cair, não quebra! Um trabalho a menos." Peguei o pote e... Derrubei.
Reprisei o pensamento muito rápido. E, claro, não posso chamá-lo de inconsciente. Mas, que tipo de mecanismo é esse que anunciava que eu derrubaria/ deixaria cair de propósito o pote mesmo?
Bem, acho que, além disso, tenho tomado pouco cuidado com algumas coisas só porque elas são de plástico. Mas NEM LIGO.
(Que seja... Só o Carlos entende essas coisas mesmo...)

d..b
Ice, ice baby, Vanilla Ice

Sobre a projeção


"Adriana, pode-se dizer que é uma mulher de livros. Dorme cercada por eles, espalhados na cama. Hábito que adquiriu ainda criança, incentivada pela enorme bilblioteca da casa e sua péssima saúde respiratória - não tinha muito o que fazer além de ler. (...) percebendo que a elegância está diretamente ligada à leitura. Acima de tudo, não se sente mais integrada à sua natureza do que quando tem um livro nas mãos".
(Fernanda Young, último livro)


Projeção mode [ON]

Sobre o quanto adoro o silêncio



Eu nunca confessei, mas os mais próximos e com mais tempo de casa percebem que eu sou o tipo de pessoa que se perde em pensamentos freqüentemente (mas não em momentos onde esta prática não é permitida). Posso estar no meio da 25 de Março e repassar mentalmente coisas que aconteceram há sete anos atrás. Relembrar, procurar respostas ou pequenos detalhes que eu deixei passar. (Re) vivenciar coisas boas e ruins... Sentir de novo. Por diversas vezes encontrei soluções ao fazer isso. E o reforço só fez com que parar durante um jogo de volley no meio da quadra com as mãos na testa fosse uma constante (é, pensando bem, faço isso até mesmo quando não atentar para estímulos aversivos no rosto não é muito indicado). Claro que atitudes como esta me tornam praticamente um museu, além de contribuirem para minha dificuldade em assimilar perdas resistência à mudanças.
Acredito que por conta deste estranho hábito eu prefira o silêncio em detrimento de diálogos supérfluos. É incontestável que eu adoro uma ironiazinha aqui e um sarcarmozinho alí, mas, se nos encontrarmos 10 vezes durante o dia, em pelo menos 7 delas eu estarei com o pensamento distante e os olhos fixados em algo (gosto de fazer isso com livros e textos na mão. Fixar os olhos neles faz eu parecer menos idiota, a menos que um conhecido esteja sentado à sua frente e perceba que há pelo menos 5 minutos você não muda a página).
Não me importo com o silêncio. Acho até bastante confortável. E, na maioria das vezes tenho uma sincronia tão grande com as pessoas com as quais escolho dividi-lo (sim, eu divido silêncio e existem outras pessoas que não se importam em fazê-lo) que quase sempre pensamos sobre as mesmas coisas e fazemos comentários sobre elas, o que torna o diálogo totalmente ininteligível para um eventual "passante".
Enrolei tanto para dizer que, mesmo depois de ANOS, como algumas pessoas podem não perceber essas nuances e fazer doce achando que eu estou quieta porque estou brava, triste ou desconfortável, e ainda por cima perguntar trezentas e setenta e quatro vezes "Tá tudo bem?", mesmo diante de todas as minhas educadas respostas de "Sim, sim... Não se preocupe, estou apenas pensando na AV2 de ATAPP", ou ainda sentar-se ao seu lado no ônibus às 07h da manhã e, diante da total ausência de pulsão de vida no meu aparelho psíquico, buscar assuntos banais para preencher a deliciosa paz do não falar?

P.S.: Pareço chata, mas é só a TPM! =P

d..b
Forever Young, Aphaville