Sobre a lembrança do Natal passado e o silêncio que faz chorar

domingo, 27 de dezembro de 2020

Sobre a lembrança do Natal passado e o silêncio que faz chorar



Enchi meu mês de dezembro com Peanuts, Quebra-Nozes, todo tipo de coisas vermelhas e verdes e luzinhas de led. Ainda assim sinto que deveria ter aproveitado mais o Natal este ano, porque desde que minha mãe voltou para o interior nesta manhã de domingo eu não paro de olhar para a casa vazia e chorar. A tarde de ontem foi tão boa (apesar do momento em que senti que desmaiaria se passasse mais 3 segundos em frente à TV) porque ficamos o tempo todo vendo uma seleção de filmes de Natal enquanto ela se oferecia para fazer drinks coloridos com corote. Nossa noite terminou com cerveja, pimenta mexicana e mais cinema. 

No dia de Natal dedicamos grande parte do tempo aos VHS antigos gravados pelo meu pai nos anos 90', enquanto brincávamos com os "53" animais em casa (entre os gatos dela e os meus cachorros) e ríamos com as lembranças dos nossos amores que já não estão mais aqui (essas datas me trazem uma melancolia tão grande, e dessa vez julguei que mais efetivo do que criar memórias, seria revivê-las). 

Eu não sei se minha crise contínua de choro vem do fato de eu ter vivido um ano de m*rd@ e percebido o quanto eu estava sozinha sem o colo da minha mãe, ou o desespero de voltar para um mundo totalmente diferente do qual eu vivi durante os últimos quatro dias protegida em casa.

Enquanto tento descobrir, fico aqui tão incomodada com o silêncio a ponto de ligar a TV no mesmo canal que assistimos ontem pra ver outro filme de natal (é, daqueles que eu não aguentava mais menos de 24 horas atrás), derramando lágrimas a cada gole do copo com batida de menta repousado na toalha de mesa de Papais Noéis.

Que época mais triste.

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