Sobre poder contar com quem a gente ama
Betinho sempre disse que pelo menos uma vez por dia devíamos fazer uma coisa que nos causasse medo.
E então rumei para minha primeira entrevista da iniciação científica.
Medos não faltavam. De perder o emprego por ter que sair mais cedo. De quem iria entrevistar. De gaguejar. De ser reprovada. De pessoas melhores que eu.
Pai, que está dodói em casa, me levou. Deu um beijo e desejou boa sorte. Foram três horas de tensão, de mão gelada, de tremores e sudorese. Saí do instituto sugada, cansada, morrendo de vontade me trancar no quarto e chorar. Essas avaliações nos fragilizam tanto e, na maioria das vezes, você se sente a pessoa mais ignorante do mundo.
Quando coloquei os pés na rua meus olhos encharcaram: pai encostado no capô do carro, sorrindo, tão cansado e tenso quanto eu, ansioso por boas notícias.
Muito bom contar com as pessoas que a gente ama, né?
Obrigada, pai! Beijo.
P.S.: Fui selecionada para a segunda amanhã. Tomara que dê tudo certo!
1 opiniões a respeito disso :
ô, Tatiana... Que bonito! Emocionante o carinho do seu pai dando-lhe a maior força, apesar de ele mesmo estar um pouco doente. E quanto a você, essa insegurança, esse medo é natural. É sinal de maturidade e responsabilidade, características de pessoas que levam as coisas a sério e na medida exata. Estou certo de que você vai se superar mais e mais.
Abraço carinhoso.
Cuide-se bem...
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