Sobre as tristezas das vidas que preterimos
“O aumento de alguma lucidez torna as escolhas
progressivamente complexas, menos óbvias e portanto, mais difíceis de serem
operacionalizadas. Há portanto, certo sofrimento no momento da escolha. E a
dificuldade em escolher que aumenta quanto maior o número de variáveis de que
disponibilizamos para escolher se traduz num sentimento desagradável. O
sentimento próprio daquele que percebe que a vida depende da sua escolha e
liberdade e não sabe, não tem certeza, do melhor caminho, e fica com medo de se
arrepender. E o que é mais incrível: feita a escolha, esse sentimento não
desaparece. Porque, curiosamente, nunca sentimos as tristezas das vidas que
preterimos. Sentimos só as tristezas da vida que escolhemos viver.”
Clóvis de Barros Filho; Leandro Carnal in: Felicidade ou
Morte. Papirus 7 Mares.
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