Sobre amar o mundo como ele é (e não apenas tolerá-lo)
“Boa parte da tradição filosófica sugere, para que a vida
seja boa, certa reconciliação com o mundo, com o real. Ou seja, estar bem com o
mundo – até mesmo amá-lo – como ele. Entre tantos que sugeriram ideias
semelhantes, podemos destacar o amor fati de Nietzsche, o que me faz pensar na
seguinte imagem: alguém dando um mergulho em águas cristalinas numa praia do
Nordeste brasileiro. E diante daquela maravilhosa oceânica que ele contempla,
num determinado momento tem a sensação de que gostaria de suspender a passagem
do tempo. Pois o mundo ali parece completamente adequado e conveniente. A
pessoa simplesmente contempla o mundo onde está inserida e que lhe faz bem, e
se sente reconciliada com ele, com aquela realidade que se apresenta como
amável naquele momento. Poderíamos, então, com facilidade, identificar esse
instante da vida como um momento feliz. Não é bem isso que o filósofo sugere
apenas, mas sim que talvez tenhamos que amar o mundo como ele é sempre. Não
somente tolerá-lo.”
Clóvis de Barros Filho; Leandro Carnal in: Felicidade ou
Morte. Papirus 7 Mares.
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