Sobre Vanessa Santos e suas técnicas projetivas
Para minha amiga "Van de Barueri" (aquela que tem uma PUC perdi'casa).
Ser psicólogo, normalmente, é ser um cientista. Mas não necessariamente um cientista natural. Apesar de me sentir muito confortável com a segurança das ciências naturais, fico totalmente fascinada/ encantada/ abobada com ciências humanas e tenho certeza de que, apesar sentir um friozinho na espinha, adorarei abordar meus pacientes com uma visão freudiana.
Ah, o inconsciente e suas manifestações! Depois que resolvi estudar a fundo projeções, percebi que nos colocamos realmente, durante todo o tempo, despidos para o outro (que felizmente não está "treinado" a perceber nossas confissões inconscientes). Então, decidi que sempre que possível, faria comentários e daria respostas mais ambíguas possíveis esperando as famosas confissões... digo, projeções.
Claro que é impossível prestar atenção nestes pequenos detalhes o tempo todo. E muito chato, obviamente. Não bastasse o medo e o afastamento que os, digamos, "não-psicólogos" mantém de nós, meros seres humanos estudantes de psicologia, dar razão e pitacos sobre o inconsciente dos outros só nos tornaria mais desagradáveis do que supõem que sejamos.
A cena muda de figura quando, numa conversa de bar, soltamos uma piadinha que envolva estes conceitos e pessoas ficam curiosas para conhecer um pouco dos segredos mágicos dos "profissionais leitores da mente alheia". Já adianto que tentar explicar não é uma boa opção e você pode se tornar vítima de suas próprias palavras, como no dia em que expliquei, a grosso modo, o que era uma projeção a uma colega e cinco minutos depois fiz uma piada infame sobre gases. Claro que neguei a projeção quando todos riram de mim (minha sorte é que eles AINDA não sabiam que negação também é um mecanismo de defesa).
Nessa onda de projeções, ainda não conheci ninguém mais habilidosa (e malandra) a favorecê-las nas pessoas do que Vanessa Santos. Mesmo antes de conhecermos testes projetivos, uma de suas famosas piadas, a do "encher o tanque", já nos fazia inferir diversos dados sobre a sexualidade das pessoas. E ela, definitivamente, é um gênio nisso. Mas é melhor que eu pare por aqui. Sabe como é... Mesmo que fora do setting terapêutico, é ético manter descrição a respeito das pessoas e de nossas inferências.
P.S.: Inferências não são certezas absolutas a respeito das pessoas, uma vez que projeções, a partir das quais elas são retiradas, são conceitos das ciências naturais. E, para nossa sorte, pessoas mudam!
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