Sobre elaboração onírica

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Sobre elaboração onírica


Ke-chan é uma das pessoas com quem mais tenho passado o meu tempo nos últimos três anos.
E eu estou convencida de que ela detesta o Piu. Eu o adoro. Um pouco porque ela o detesta. E um pouco porque eu sempre tive um tendência inata a adorar criaturas estranhas.

Acho que a discussão super produtiva durante a aula de ética do Ricardo ontem sobre servir ou não coxinha na festa de casamento, me fez sonhar com o meu próprio enlace matrimonial, e com o menu da festa.

A tensão começou quando os preparativos incluiam a chegada da minha sogra, vinda de Serra Negra, três meses antes da cerimônia, trazendo com ela uma tonelada de sua iguaria culinária, a deliciosa "carne maluca" congelada. Quando cheguei do trabalho naquele dia, encontrei minha vida vestindo um shortinho azul curtérrimo e apertadíssimo, com a cara inchada, vermelha, amassada mais linda dessa vida e o restante dos cabelos malucos e ouriçados no topo da cabeça, provando, com um biquinho, na colher de pau, um pouquinho do preparo que já descongelava há três semanas, enquanto sua pequenina progenitora trabalhava minuciosamente em um caldeirão super-hiper-mega-blaster grande no MEU fogão.

Seriam três longos meses se, como em CLICK, eu não adiantasse até o dia da cerimônia para encontrá-la chorando desesperada na primeira fileira da igreja, enquanto meu amor desfilava pela nave com toda a sua sutileza de elefante reumático - "filhinho, porque você fez isso com a mamãe?", ela dizia. Antes do calor subir pelos meus pés até o meu cabelo impecavelmente preso, e desejar fazê-la ter consciência de que o filho deveria agradecer-me por livrá-lo da condenação de comer mingau todas as noites, lembrei-me de que EU era a noiva, e deveria estar no altar ao lado dele.
Enquanto me preparava para correr até a porta, notei que meu amado já estava acompanhado no altar. Ah sim... A adorável pessoa (a qual não devo revelar o nome) era alguém do sexo MASCULINO.

Ah, droga. Droga, droga, droga!
Mas até em sonho ele faz questão de ser aversivo?

Não é o bastante morar em uma pensão, usar roupas sociais porque são leves e a lavanderia cobra mais barato, manter uma dieta à base de toddynho e passatempo e ser fã incondicional de ABBA e Frenéticas, ainda me dá uma dessas no dia do meu feliz casamento?

O sonho terminou "idioticamente" quando tive que passar o resto dos meus 5 meses comendo lanchinhos de pão com carne maluca. Acompanhada da sogra. Já que o meu ex/ futuro-marido estava em lua de mel desde o sábado a noite (mas voltaria na segunda para a semana de provas).

Ah, Piu, Piu, Piuzinho... Casa comigo?
Eu JURO que aprendo a cozinhar carne maluca!

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